Thursday, July 26, 2007

Não nos façamos esquecer

Não Esqueçamos o vazio que trazemos no peito para o combater
Não esqueçamos quantos somos e porque somos
nem as lágrimas que escondemos no nosso próprio leito
entre a vontade de ser e a sua irreversível desistência.
Ensinemo-nos a ser verticais, indomáveis
Feitos dos punhais que nos quiseram apontar
Feitos da fecundação dos factos e do sangue dos outros.
Não esqueçamos que somos nós os escravos como Spartacus
os fazendeiros das colónias do séc. XVI, os sovietes
os maias, os que morreram com fome, os entrincheirados
a reforma agrária e os latifundiários.
Ensinemo-nos a estar aqui de vez.
A não provir da passagem
de modo a que da memória ancestral
se faça um esquisso do que somosum mísero traste embriagado, tributável e mesquinho.
Sejamos as armas e os gritos de uma passagem
para o outro lado do rioem que se volta sempre sem se deixar para trás.
Não nos façamos esquecer.

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