Friday, July 28, 2006

Destruição

És a cor da terra,
em todas as coisas tens mão.
mudas o mundo ao brincares com os botões da camisa
e encerras no teu seio toda a criação

procuras caminhos sinuosos
que nunca esperei seguir
mar adentro.

Wednesday, July 26, 2006

Bailarina

Na tua cama as coisas deitam-se sem dormir
escutam em êxtase o teu respirar
e de certeza que dançam assim
feitas bailarinas


Tuesday, July 25, 2006

Na tua rua

Ao sair de casa
sei que te encontro sempre na mesma rua
sei a tua morada e onde paras
quero fugir
desandar desta vida imunda...
mas procuro-te sempre neste leito de lua
nesta noite perigosa
da tua porta trancada,
todos os dias te toco à porta para te ouvir em silêncio
todos os dias te encontro na mesma rua
e passo por ti feito estranho,
amando-te de sobejo
vazo a existência com as tuas agulhas
e fecho os olhos que sustêm esta realidade morta.
Adeus
nada mais,
Adeus.

Deste mar começado nas teias do pensar

Deste mar começado nas teias do pensar
muitas vezes revolto muitas vezes cinzento
onde o rumo se deita sobre o céu ardente
onde o corpo se espelha no ténue horizonte
palavras naufragam sobre a exaltação
das ondas e do vento que passa
vamos mastigando os poetas e os poemas
enquanto perdemos o sentido das coisas
e tornamos as marés vazias e vãs
onde o vento tudo leva e tudo deixa
no seu habitual e mesquinho alvoroço
onde não sabemos ser reis nem mendigos
onde apenas desaguamos perdidos
á procura das nuvens no fundo do mar.

À camarada desconhecida

Pecado original seria quebrar silêncios insinuosos
não quererei assombros nem mares sobressaltados
nem um ventre fecundado nem crepúsculos
nem sequer prender me com o coração
como me prendo com o olhar

Mas faria mil poemas
para que deste olhar atravessado
se soltasse uma palavra.

Monday, July 24, 2006

Cá está

Começou a paranoia

No início era só vontade de escrever num pequeno canto meu para puder dizer barbaridades ocessivas.